Começando com Angular.JS
Angular.js é o mais novo framework do time de desenvolvimento do Google para a criação de SPA’s (Single Page Applications) de maneira simplificada.
Confesso que sair de Backbone.js e ir para um framework com um paradigma totalmente diferente foi uma completa bagunça no inicio, mas depois de um tempo e tendo prazos para entregar um projeto, achei o resultado muito bom.
O Hello World Obrigatório
Vamos criar um arquivo index.html
onde vamos rodar a nossa aplicação.
Isso é tudo o que precisamos para começar uma aplicação utilizando AngularJS de fato adicionando o script e claro a diretiva ng-app. No Angular quase tudo é encapsulado nessas chamadas diretivas, que nada mais são do que syntax sugar para dar poder ao vocabulário HTML. Ao declarar a propriedade ng-app estamos informando ao Angular que nossa aplicação será iniciada a partir daquele ponto da página, como se fosse a raiz da aplicação.
Uma Dica é que tudo o que formos utilizar a partir de agora, usaremos as tais diretivas para informar ou declarar algo para o framework.
Eu comecei vendo exemplos como este, e quero mostrar que sem escrever nenhum código JavaScript em nossa página, é possível ter um exemplo simples de como o Angular trabalha.
Perceba que não foi escrito nenhuma linha de JavaScript até agora, e já conseguimos ter um texto que responde ao conteúdo digitado no nosso input.
Em partes o ng-model é uma outra diretiva utilizada como atributos em elementos e esta esta diretamente plugada a uma propriedade (nesse caso nome) através do que é chamado two-way binding. A parte onde vemos as chaves {{ }} é chamado de expressões angular ou angular expressions.
Você pode ver este exemplo rodando aqui, apenas ignore a falta do cabeçalho que foi retirada para não dar conflito no JsFiddle.
Agora chega de coisinhas simples, vamos ao que realmente interessa. Que tal criarmos uma estrutura inicial de um projeto de Todo List e vamos vendo como fazer as coisas passo a passo.
Estrutura Inicial
Bem, como o projeto é de uma TodoList, vamos começar com um markup inicial bem simples, neste caso vou utilizar o Bootstrap apenas para o visual não ficar simples de mais, mas sinta-se a vontade para escrever sua própria interface, o importante aqui é mostrar como as coisas podem ser realmente simples desenvolvendo com Angular.js.
Bem, para sair da mesmisse e não ficar preso apenas ao guide-line do Bootstrap, também escrevi algum CSS para esse exemplo, mas nada que vá resolver os problemas do mundo.
Beleza! Agora que temos um visual mais OK para nosso formulário, chegou a hora da verdade ou não. Vamos escrever nossas primeiras linhas de código JavaScript.
Módulos
O Angular trabalha com a ideia módulos para definir uma parte da aplicação, mas esses módulos não tem nada haver com Models do modelo MVC, para definir um módulo precisamos informar dois parâmetros: O primeiro parametro é o nome do módulo; O segundo é um Array especificando as dependências do projeto. No nosso caso não temos nenhuma, então basta passar um array vazio.
Pronto, criamos nosso primeiro módulo, mas mesmo assim ainda falta informarmos em nossa aplicação que ele existe, se não, nada acontece, então a diretiva ng-app recebe ele como argumento.
Controllers
Como toda aplicação baseada no conceito MVC temos nossos Controllers, com angular não é diferente pois ele tem o conceito de MVVM (Model-View-ViewModel) ou MVW (Model-View-Whatever) o que torna possível modularizar a aplicação da forma que quisermos. Mas enfim, vamos criar nosso primeiro controller com alguma lógica simples assumindo o comportamento e ações baseados em algumas coisas que temos em nosso HTML.
Criamos nosso primeiro controller utilizando nossa variável app
, depois utilizamos assim como na criação de módulos .controller()
passando também dois parametros certo? O nome do nosso controller e depois um array com as dependencias? Séria isso?
Na verdade não necessariamente, eu poderia simplesmente ter passado a função com $scope como dependencia e tudo funcionaria normalmente, mas como somos desenvolvedores, gostamos de automatizar coisas e também gostamos de milisegundos de performance, provavelmente vamos minificar esse código certo? Pois bem, essa é uma técnica para evitar que plugins como o Uglify troque o nome de nossas dependencias e faça tudo parar de funcionar (Sim, tudo passado por meio da função é uma dependencia do nosso controller), utilizamos essa técnica para informar o nome da dependencia e depois dar um apelido para ela quando passamos ela para a função.
Poderiamos ter um código assim:
Isso daria problema com a minificação o Uglify por exemplo, porque ele iria substituir o nome das dependências por outros menores. Então para evitar esse problema nós isolamos nossas dependencias dentro de um array, e como último parâmetro passamos uma função que irá utilizar essa injeção de dependencias.
Caso você use o Uglify o output sera algo assim:
Entenderam o que quis dizer? Faça isso, tente sempre isolar suas dependencias dessa forma, isso vai lhe poupar trabalho.
Continuando…
Vamos analisar o código do nosso controller: Temos na injeção uma dependência chamada $scope. que no mundo Angular, é dependencia faz a ligação entre o Controller e a View. Lembra do exemplo de Hello World? Imagine que com um controller, poderiamos definir um valor padrão para nome, como por exemplo “John”, dessa forma teriamos um valor default em nossa view.
O conceito de $scope pode ser assustador no começo, mas ele é a sua conexão direta com o DOM para você poder inserir dados seja através de expressions, ou outras diretivas como a ng-model por exemplo.
Nesse caso eu apenas atribui uma propriedade chamada todoList que nada mais é do que um array com 2 objetos, e dois métodos para remover e adicionar items.
Tudo bem até aqui? Agora chegou a hora de utilizarmos nosso controller dentro em nossa página:
Pronto, agora aprendemos mais uma diretiva para definirmos onde começa o escopo do nosso controller que é a ng-controller. Eu digo escopo porque podemos ter mais de um controller em uma página, e isso é perfeitamente normal.
Agora que tal começarmos a descobrir mais diretivas e fazer as coisas a começarem a funcionar? Vamos começar pelo HTML:
Agora com poucas mudanças já temos duas diretivas, a ng-model que esta definindo um modelo de objeto que iremos mapear e também a diretiva ng-submit que recebe nosso método addItem
. Essa diretiva faz apenas uma coisa: Habilita o bind do Angular no evento submit e evita o evento padrão de enviar o conteúdo do form e atualizar/recarregar a página atual desde que você não tenha atributos como action
, data-action
e outros atributos de ação. Em nosso caso dispara o método addItem
.
Poderiamos passar algo como parametro ao enviar o form e capturar dentro do método, mas não achei necessario por hora. Vamos escrever mais código em nosso controller.
Bem, apenas criei uma função construtora que me devolve um objeto do tipo Task, criei uma nova instância de Task na propriedade task
do nosso $scope que agora esta ligado automaticamente com nossa diretiva ng-model no formulário. Também escrevi um código bem simples para inserir um novo item a nossa lista e depois resetando o valor padrão da propriedade task
com uma nova instância de Task.
Agora que tal exibir nossas tasks?
Exibindo nossas Tasks
Novamente por partes:
Primeiro utilizei a diretiva ng-repeat que nada mais é que um loop utilizando como base nosso array de tasks, ele implementa a mesma sintaxe que utilizando no for in no JS, então o que estamos fazendo é um loop em nosos array
todoList
e informando que para cada item queremos utilizar a variaveltask
no contexto do loop. Mas o que é contexto nesse caso? O contexto é o dominio da diretiva ng-repeat, por isso utilizamos na tag<li>
, criando o contexto naquele elemento repetindo-o para cada item em nosso array de tasks;Depois disso, você deve ter percebido a diretiva ng-class, que nesse caso adiciona a classe completed na nossa tag caso a condição seja verdadeira, nesse caso, caso
task.completed
seja true ou contenha algum valor. Veja também que estamos utilizando o contexto do itemtask
nesse caso, que vai se repetir para cada item do nosso array.Também utilizando o mesmo contexto em nosso loop, utilizamos a diretiva ng-model em nosso checkbox que nesse caso marcado é true e do contrário false. Além disso também utilizamos uma expression no contexto
task.name
do item.
Com isso já temos o comportamento básico da nossa lista, só faltando implementar a função delete:
Além de atribuir o método deleteTasks
ao evento de click do botão, fiz um forEach em nosso array e atribui a variável newList
apenas os items que ainda não foram completados e por fim retornei a mesma variável. Sim, é um código extremamente simples, e a ideia é justamente essa.
Bônus: Validando nosso Formulário
Apenas para fecharmos esse overview sobre Angular.js, vamos fazer uma validação simples em nosso formulário de forma que não queremos habilitar o botão para adicionar novas tasks se os critérios não forem válidos, nesse caso vamos apenas continuar utilizando o validador do HTML5 com o atributo required
que colocamos em nosso input:
Podemos ver mais uma nova diretiva, a ng-disabled que seta nosso botão como desabilitado e também travando o action de submit padrão do formulário. Fizemos isso utilizando o atributo name em nosso formulário e utilizando isso com o verificador $invalid que varre nosso formulário procurando por impedimentos ou critérios não satisfeitos como por exemplo a propriedade required
em nosso input. Simples não? Também é possível por exemplo criar um método em nosso controller que cheque as condições baseadas em nosso model task como por exemplo se ele tem mais de “x” caracteres, etc.
Espero que vocês tenham gostado, e deixo também um demo que fiz implementando uma barra de progresso bem simples utilizando o próprio componente do bootstrap. Pensem a respeito, Angular é muito mais que isso! Deixei N tópicos de fora, principalmente rotas, vies, Ajax e como criar nossas próprias diretivas que provavelmente são a parte mais legal do framework. Agora você já sabe o básico do framework, sei que a explicação não foi das melhores, mas o objetivo era dar o incentivo ao leitor para buscar conhecimento sobre o framework, acreditem isso foi o básico do básico comparado ao potencial do framework.
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