AngularJS: Consumindo Serviços RESTful

AngularJS: Consumindo Serviços RESTful

A maioria das SPA’s utilizam operações CRUD, e você provavelmente deve utiliza-las. Vamos a um simples exemplo.

No Angular.js temos dois serviços para enviar e recuperar dados de uma API através do verbo HTTP: o $http e $resource.

Meh… ambos retornam uma promise então porque eu deveria escolher um ao invés do outro?

$http Service

Vamos utilizar um simples código de exemplo:

app.controller('MyController', ['$scope', '$http', function($scope, $http) {
  $scope.users;
  var baseUrl = '/api/users';

  $http.get(baseUrl).then(function(response) {
    $scope.users = response.data;
  }, function(err) {
    console.log(err);
  });
}]);

Se nosso objetivo é apenas retornar uma lista de dados, esta tudo pronto, inclusive tratando possíveis erros. Inclusive, é possível trabalhar exatamente como na jQuery:

//....
$http.get(baseUrl).success(function(response) {
  list = response.data;
}).error(function(err) {
  console.log(err);
});
//....

O Serviço $http sem dúvidas é importante em aplicações Angular, principalmente pelo simples fato de poder encadear promises e ser absurdamente simples de utilizar.

Agora vamos pensar de uma outra forma: Imagine que você vai criar um serviço interagindo diretamente com uma API RESTful, então esse nosso serviço tera métodos utilizando $http.get, $http.post, $http.put e $http.delete certo?

Logo somos obrigados a escrever novos métodos, e isso se resume em mais código que as vezes pode ser considerado desnecessário. Porque não utilizamos isso de uma forma otimizada?

$resource Service

O Serviço $resource nada mais é do que uma fabrica que nos permite interagir com API’s RESTful facilmente e é construido sobre o serviço $http.

Talvez seja mais simples apenas mostrar um exemplo de código:

app.factory('MyService', function() {
  return $resource('/api/users/:id');
});

app.controller('MyController', ['$scope', 'MyService', function($scope, MyService) {
  $scope.users;
  MyService.query(function(data) {
    $scope.users = data;
  });
}]);

Dificil não?

Um porem é que o $resource service diferente do $http service não vem junto com o pacote do Angular… Porque?

Se analisarmos o simples fato que em nossa aplicação não é necessário algo como o $resource, porque então carrega-lo?

Isso é algo interessante em SPA’s varia do framework, você não precisa utilizar tudo o que ela pode te proporcionar, apenas o que é interessante para a sua aplicação que talvez só precise de um simples $http.get.

Em todo caso, para utilizar-mos o $resource service precisamos adiciona-lo ao nosso projeto seja fazendo download do script ou adicionando o pacote angular-resource ao nosso projeto via Bower ou NPM.

Também precisamos injeta-lo no módulo principal da aplicação:

var app = angular.module('app', ['ngResource']);

A API do $resource service nos retorna alguns métodos como get, save, query, remove e delete.

  • query(): Uma solicitação GET para o recurso /api/users/ ;
  • get(): Uma solicitação GET para o recurso /api/users/:id;
  • save(): Uma solicitação POST para o recurso /api/users/ ;
  • remove(): Uma solicitação DELETE para o recurso /api/users/:id;
  • delete(): Uma solicitação DELETE para o recurso /api/users/:id;

Você deve ter percebido que utilizamos :id como parâmetro opcional que será utilizados com alguns dos verbos acima como por exemplo:

var resource = $resource('/api/users/:id');

// GET /api/users/1
resource.get({id: 1}, function(data) {
  $scope.user = data;
});

// DELETE /api/users/1
resource.delete({ id: id });

// POST /api/users
resource.save(data);

Simples não é?

Os métodos remove e delete fazem exatamente a mesma ação, porem, como nem tudo é um mar de rosas, em certas versões do IE o delete pode não funcionar por ser uma palavra reservada. Por esse motivo o remove funciona como um alias para realizar a mesma ação.

Porem, ainda temos mais um goodie: Podemos utilizar alguns métodos que deixam nossas operações de CRUD ainda mais fáceis como $save, $delete e $remove que nos retornam uma promise propriamente dita, o que facilita muito em alguns casos como neste exemplo:

app.controller('MyController', ['$scope', 'MyService', function($scope, MyService) {

  MyService.get({ id: 1 }, function(user) {
    user.name = "John Doe";
    // Faz update e nos retorna uma promise (success/error)
    user.$save();
  });
}]);

Tudo muito bonito, tudo muito legal, mas vamos utilizar um exemplo que realmente faça sentido. Meu amigo @wbrunom desenvolveu uma API RESTful em Node como exemplo onde o tema principal são dragões, o link para a documentação pode ser visto aqui.

Vamos analisar nossos endpoints REST:

URLMethodParamsResult
/api/dragonsGETNULLAll entries
/api/dragons/:slugGETNULLSingle entry
/api/dragonsPOSTJSON StringEntry Created
/api/dragons/:slugPUTJSON StringUpdate Status
/api/dragons/:slugDELETENULLDelete Status

Vamos desenvolver um serviço para consumir esta API de forma simples:

<!-- index.html -->

<section ng-controller="mainController as vm">
  <h1>{{ vm.title }}</h1>
  <ul>
    <li ng-repeat="dragon in vm.dragons track by $index">
      <input ng-model="dragon.name"> <button ng-click="vm.updateDragon(dragon)">
        Update
      </button>
    </li>
  </ul>
</section>
/* app.js */
;(function(angular) {
  angular.module('app', ['ngResource']);

  angular.bootstrap(document.body, ['app']);
})(angular);
/* dragonsApiResource.js */
;(function(angular) {
  angular.module('app').factory('dragonsService', dragonsService);

  dragonsService.$inject = ['$resource'];

  function dragonsService ($resource) {
    var res = $resource('https://dragons-api.herokuapp.com/api/dragons/:slug');

    return res;
  }
})(angular);
/* mainController.js */
;(function(angular) {
  angular.module('app').controller('mainController', mainController);

  mainController.$inject = ['dragonsService'];

  function mainController (dragonsService) {
  	var vm = this;

    vm.title = "Dragons API"

    dragonsService.query(function(dragons) {
      vm.dragons = dragons;
    });

  }
})(angular);

Apenas para informar, quando utilizamos o angular.bootstrap não fica mais necessário utilizar o ng-app em nossa aplicação. Assim conseguimos deixar nosso markup ainda mais limpo.

Sobre o HTML, utilizamos o ng-repeat, o que não é novidade para ninguem, mas também foi adicionado o track by, que é um parâmetro para otimizar o render dos elementos em loops como ng-repeat e ng-options.

O objetivo é atualizar os dados dragão, mas como no exemplo eu deixei apenas a informação do nome no input, referenciada no ng-model. No método updateDragon, disparado através do click do botão recebemos a informação do dragão relacionadas ao model, e como a entidade em si é um registro da nossa coleção dragons que veio do $resource service, ele nos fornece de graça o método $save, o que facilita o desenvolvimento de SPA. Certo?

/* mainController.js */

  /* .... */

  vm.updateDragon = updateDragon;

  function updateDragon (dragon) {
  	dragon.$save();
  }

  /* .... */

Feito essas modificações em nosso controller, é a hora da verdade. Vamos atualizar um registro qualquer e ver o resultado.

POST https://dragons-api.herokuapp.com/api/dragons 500 (Internal Server Error)

Primeiramente precisamos entender que o $resource não possui um método que realize PUT nativamente. Na verdade, quando utilizamos os métodos query() e get(:id), eles nos retornam uma coleção ou objeto do tipo Resource, o qual nativamente conta com alguns métodos especiais de entidade como $save(), $delete() e $remove().

O método $save() realiza um POST, o que funciona caso o recurso não exista na API, porém quando update, o servidor precisa checar e realizar uma espécie de create or update como existe no activerecord Rails.

Os método $delete() e $remove() realizam requisições do tipo DELETE. Entretando, isso só funciona desde que nós informamos a referência em nosso recurso.

/* dragonsApiResource.js */

  /* .... */

  var res = $resource('https://dragons-api.herokuapp.com/api/dragons/:slug', { slug: '@slug' });

  /* .... */

O segundo parametro é um objeto que indica o que será mapeado no endpoint a cada vez que um método especial da entidade for executado. Nesse caso foi associado que nosso :slug estará relacionado a propriedade @slug.

Feito isso agora nosso método $save ira apontar para o slug caso nosso recurso possua o atributo slug, do contrário podemos criar uma nova entidade utilizando nosso dragonsService, o que ira lhe lembrar muito uma Classe ou Model:

/* dragonsApiResource.js */

  /* .... */

  var dragon = new dragonsService();
  dragon.name = "Meu Dragão";
  dragon.$save();

  /* .... */

Se funciona? Mas é claro que sim.

Foi criado um novo registro na API, o qual o slug é meu-dragao, e isso é ótimo caso seja utilizado da maneira correta, mas ainda não resolvemos o problema do update certo?

Como citei anteriormente, não possuimos um método o qual execute PUT, então a unica coisa que falta é o update. Para realizarmos essa operação, nós precisamos modificar nosso resource e deixa-lo mais customizável. Vejamos como:

/* dragonsApiResource.js */

  /* .... */

  var res = $resource('https://dragons-api.herokuapp.com/api/dragons/:slug', { slug: '@slug' }, {
    update : {
      method: 'PUT'
    }
  });

  /* .... */

O terceiro parametro é um objeto que nos permite adicionar quantos métodos especiais forem necessários para a aplicação utilizando o prefixo $.

Agora que temos disponível o método $update, vamos coloca-lo em uso:

/* mainController.js */

  /* .... */

  vm.updateDragon = function (dragon) {
  	dragon.$update();
  }

  /* .... */

Note que o retorno da API não é o registro atualizado, nem nada do tipo. Então nesse caso para atualizarmos a view, seria interessante ter um método que realiza novamente um GET para atualizar nossa view.

Você pode ver a minha versão com esses métodos já implementados, porem o mais interessante seria criar métodos que iriam atuar dentro do próprio recurso para a realização do CRUD junto as validações necessárias e utiliza-las. Dessa forma criamos um padrão de assinatura de recurso em toda a aplicação aonde podemos utilizar promises através do $q e deixar nosso código mais legível e com o minimo possível de lógica nos controllers.

Existem ainda várias possibilidades para se utilizar o $resource, mas isso sera abordado com o tempo.

Espero que tenham entendido o conceito e as diferenças entre $resource e $http.

References

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